Thursday, December 30, 2010

hoje: um dia feliz!



Autoportrait, Van Gogh 1889


L'Eglise d'Auvers-sur-Oise, Van Gogh 1890

Musée d'Orsay, Paris

Sunday, December 26, 2010

finalmente no meu carro: a decisão

When I found out this love's undone
I was like a gun
Sure as it was over
Felt like nothing good could come
Sure as it's gonna play and play
Like michael back in the day
I'm gonna peel you away
Now as I begin
To wash you off my skin
I'm gonna peel you away
Cos you're not right within
I love you so
Sometimes love has to let go
So this time don't think it's a lie
I say goodbye
Now as I begin
To wash you off my skin
I'm gonna peel you away
Cos you're not right within
Now it's time
To wash you off my skin
Now as I begin
It couldn't be right cos you're not right within
I say goodbye

Skin, Sade
(2010)

Friday, December 24, 2010

menina mulher

a menina sente a dor e percorre o turbilhão... a mulher, ao invés, reconhece a dor, mas ama o começo de um novo caminho.
e ambas sabem o que têm a fazer

Friday, December 17, 2010

o meu 1º postal de Natal...


... directamente do céu!! :-)

Thursday, December 16, 2010

she saved my day...

... and probably my holidays too.

Tuesday, December 7, 2010

Wednesday, December 1, 2010

interpretação


preparo-me todos os dias para o teu adeus,
e sei que nunca te vou deixar.

Sunday, November 28, 2010

Pertinente

Cântico Negro

"Vem por aqui - dizem-me alguns com os seus olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "Vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde me levam
Os meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "Vem por aqui"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que falo não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pais, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga "Vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"

José Régio, pseudónimo literário de José Maria dos Reis Pereira.
Nas suas obras desenvolveu, entre outros temas, o orgulhoso recurso à solidão, a consciência da frustação de todo o amor humano ou, de forma mais pertinente, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

Saturday, November 27, 2010

Sunday, November 21, 2010

tranquilidade & felicidade

sinto-me bem. sinto-me mesmo muito bem - disse ela.

3.16 am

"faço-me cais frente ao mar."
Mr. sapo

desintegração (II)

"Disintegration", The Cure, 1989

Em 1989 Robert Smith desenhou o álbum "Disintegration". Algumas músicas tornaram-se bastante conhecidas e facilmente são identificadas pela maioria - talvez pela sonoridade, que na altura dava um toque de irreverência e, efectivamente, diferença.

Mas essas mesmas músicas, quando ouvidas de forma integral, ganham um sentido mais envolvente. Há ábuns que nos tornam seus apaixonados e que nos envolvem, música após música, como se todas elas representassem apenas uma.

o que pretendo dizer é que há álbuns que ganham nova vida quando ouvidos de forma contínua e que as músicas que os compõem, quando escutadas de forma singular, não possuem a mesma personalidade.

"Disintegration" foi-me apresentado no ano 2000 e a partir desse momento abriu-se um novo mundo aos meus ouvidos. e a minha forma de sentir deixou de ser a mesma.

Robert Smith sentia-se deprimido na altura em que o criou. Desse estado nasceu uma obra que me eleva os pêlos e cria filamentos que entrecruzam as minhas células e que permitem pensar o que ouço e sentir o que penso.

...e novas sensações nascem de cada vez que o oiço. e nada alguma vez se repete...

O estado de "Disintegration" será sempre "em repeat".



desintegração vs tranquilidade

Galatea of Spheres, Salvador Dalí, 1952

Friday, November 12, 2010

para o meu amigo J. Pessoa, pela sua infinitude

É Proibido

"É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo das suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor,
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e dos seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas delas valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem o seu caminho e a sua sorte.

É proibido não criar a sua história,
Deixar de dar graças a Deus pela sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.

É proibido não buscar a felicidade,
Não viver a sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual."

Pablo Neruda

Monday, October 25, 2010

desintegração (I)

desintegrar + -ção
s. f.

1. Acto de desintegrar.
2. Destruição total.
3. Separação das partes de um todo ou de uma unidade.
4. Fís. Processo, induzido ou espontâneo, através do qual um núcleo átómico emite partículas

desintegração

(The Disintegration of the Persistence of Memory - Dali 1954)

parto amanhã para outro lado. ou será hoje a partida? como definir uma partida que é decidida por nós? é que assim o sofrimento parece maior, e tudo está nas nossas mãos. é certo existir uma urgência em partir, mas também existe uma urgência em ficar, em permanecer para além. o que fica e o que permanece são a base. tudo o que resto é susceptível de alterar. um pouquinho que seja hoje e um pouquinho mais amanhã ou depois.


gostaria de ser mais clara. é que na vida as coisas nem sempre devem ficar na obscuridade. o princípio do brilho existe sempre. eu procuro sempre esse brilho, mesmo quando parece não existir.


hoje, exactamente hoje, as coisas, os fenómenos e as pessoas, estão obscuras. de uma obscuridade plena e dolorosa. e passa a existir ao mesmo tempo uma espécie de desintegração. uma desintegração de nós mesmos e das nossas decisões.


Thursday, October 7, 2010

intemporal

... é de uma trémula solidão não estar aqui esta noite ...

Tuesday, July 6, 2010

sonho

No início era o sonho.
Pensamos nós: será possível continuar a sonhar? o que move o sonho? qual a importância do sonho? qual a importância do tempo do sonhar?
o sonho é o que movimenta a alma. o que nos permite olhar, mas também ver. o que permite enriquecer e não empobrecer.
É a respiração e o envolvimento de uma situação.
é uma magia eterna de espaços contínuos entre o sonhar o sono e viver o sonho de sonhar.
Nas entrelinhas, nas trincheiras, nas fronteiras, nos espaços, no parapeito de uma janela eu procuro o sonho e a frase nasce no início, mas também no fim.
No início era o sonho.