Monday, October 25, 2010

desintegração

(The Disintegration of the Persistence of Memory - Dali 1954)

parto amanhã para outro lado. ou será hoje a partida? como definir uma partida que é decidida por nós? é que assim o sofrimento parece maior, e tudo está nas nossas mãos. é certo existir uma urgência em partir, mas também existe uma urgência em ficar, em permanecer para além. o que fica e o que permanece são a base. tudo o que resto é susceptível de alterar. um pouquinho que seja hoje e um pouquinho mais amanhã ou depois.


gostaria de ser mais clara. é que na vida as coisas nem sempre devem ficar na obscuridade. o princípio do brilho existe sempre. eu procuro sempre esse brilho, mesmo quando parece não existir.


hoje, exactamente hoje, as coisas, os fenómenos e as pessoas, estão obscuras. de uma obscuridade plena e dolorosa. e passa a existir ao mesmo tempo uma espécie de desintegração. uma desintegração de nós mesmos e das nossas decisões.


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