L. (I)

é estranho e doloroso aperceber-me que L. não tenha conseguido superar-se a si próprio e que se tenha mantido na escuridão. e por isso mesmo permanecerá L.
e é ao mesmo tempo doce aceitar que exista por estes dias uma nova, novíssima gisela :-)

só para:

dizer que adorei o envio das palavrinhas;
que tenho saudades infinitas tuas e do Gu;
que a vida está cada vez mais difícil;
que nem sempre sou feliz;
que ando desanimada...;
que entendo muito pouco as pessoas, mas cada pareço-me mais humana e compreensiva e lutadora;
que gosto cada vez mais de mim todos os dias;
ponto.

beijo enorme*

parabéns Lili chinesa :-)

minha querida Lili chinesa,

sei que hoje é o teu dia e pergunto-me como será passar o dia de anos na China... :-) será mais especial pelo sítio onde nos encontramos ou pelas pessoas que temos à nossa volta, ou nada disso é importante?...
humm?... é uma pergunta retórica, lá está. não, não vou ficar à espera que respondas à questão. hoje apetece-me pensar, apesar da valente dor de cabeça que acordou comigo pela manhã. têm sido constantes estas dores de cabeça...tento pensar também em qual será a razão das constantes existências de dor de cabeça aqui com a gi... humm?
acho que nos últimos tempos tenho pensado em demasia. sinto-me sozinha por Luanda, cada vez mais sozinha. vivo bem com isso, parece que já faz parte de mim essa condição. mas há dias que cansam. no entanto não quero que hoje seja um deles. tenho a minha mente na China, contigo, a tentar "inventar" os teus pensamentos de dia de anos. talvez faças uma análise da vida até aqui. o que tens, o que não tens. as experiências que tiveste e podes vir a ter. os amigos, os verdadeiros amigos que não nos esquecem e permanecem até mesmo na distância que percorre o caminho até Pequim... enfim... e talvez as perguntas que ainda persistem desde os tempos mais infantis: quem sou eu? para onde vou? gosto de mim? não gosto de mim? quem são os outros? ...

hoje permaneces de maneira constante no meu pensamento e sabe bem.
gostava de estar por perto para te dar um beijo e um abraço forte. fica aqui a vontade e as saudades
gi.

hoje, como se fosse um desabafo.

é estranho. sinto que não tenho nada para dizer, mas sinto também uma grande fúria de escrever. tento sempre poupar as poucas pessoas que seguem este espaço de leituras "desnecessárias". acabo sim, por criar ambientes muitas vezes indecifráveis de coisas que apenas eu ou mais alguém entendem. hoje não. hoje, apetece-me escrever abertamente sobre mim mesma, como se estivesse a falar sozinha - o que acontece cada vez com mais frequência. hoje, passei algum tempo a falar sozinha e a lutar para não o fazer. é um exercício. e às vezes cansa. e às vezes diverte... :-)
confesso, hoje apetece-me escrever. quando escrevo deposito com alívio uma parte de mim no espaço físico que ocupam as palavras. e é realmente um alívio, uma espécie de desabafo, esse depósito de mim mesma.
hoje, sinto-me sozinha. e sentir-me sozinha é estar rodeada de uma solidão apetecível. é abraçar-me a mim mesma e viver feliz com isso. só isso.
hoje, consegui escrever-me. e vivo feliz também com isso.

Pela corrente

"Estou apaixonada. E este amor vai decerto levar-me para longe. A corrente é demasiado forte, não tenho escolha possível. Pode muito bem levar-me até um sítio especial, a um mundo inteiramente desconhecido. A um lugar povoado de perigos, onde esteja escondida alguma coisa que acabará fatal-mente por me ferir. Posso acabar por perder tudo. Mas já não posso voltar atrás. Só posso deixar-me ir com a maré. Mesmo que comece a arder, mesmo que desapareça para sempre."

Haruki Murakami in "Sputnik, Meu Amor"

...

Ontem acabei de ler o livro 1984 e adormeci com uma forte angústia, como se me tivessem arrancado a alma…
Hoje acordei e levantei-me com grande custo. A sensação de forte angústia ainda persiste e ando por aqui a tentar engendrar a reconquista da minha amada alma...

Porque hoje é o meu dia, e porque a Taschen diz:

"Ode to Joy, The Kiss for the World", Gustav Klimt

"De alto cedro voy para Marcane luego a cueto voy para Mayari..."

Estive a rever o Buena Vista Social Club de Win Wenders, e agora que tenho convivido com boa gente cubana o filme parece-me ainda mais especial...
e uma frase saltou-me à vista, porque tenho bebido do mesmo:

"Não há aprendizagem como a que se obtém com eles, é tão subtil e apagada e ao mesmo tempo tão potente..."

:) :)
:)

Ser insular

- O senhor é aquele homem que veio de fora?
- Quase infinitamente de fora - afirmou ele.
A mulher contemplou-o uns segundos em silêncio; depois sorriu-lhe animadoramente e fez-lhe uma festa na face.
- Todos temos muita pena de si - murmurou.

Resposta de e-mail

de cada vez que voltas, voltas mais um pouco. parece que, mesmo tendo ido, ficas.
há medida que o tempo passa vou sentindo menos necessidade de contar o que acontece porque o que acontece é mais pequeno do que o que sinto. assim, faz mais sentido sentir o mais possível e contar o que for possível. a diferença pode não ser clara mas estou tão cansada que o meu domínio verbal vacila. o que quero dizer é que não tem sido o que acontece o principal motor dos últimos tempos mas sim algumas reflexões. Mesmo que pense acerca de algo não muito grande. O pensamento torna tudo maior.

oh, os príncipes. não quero menos que um. nem mais.
o meu, o que é para mim.

fim de comunicação.

:)

aqui e agora (I)

eu sei que as palavras deveriam ser minhas, completamente minhas e só minhas. mas estas reflectem exactamente aquilo que sinto:

"You know I dreamed about you
for twenty-nine years before I saw you
You know I dreamed about you
I missed you for
for twenty-nine years"

Slow Show, The National

aqui e agora

"O Beijo", Gustav Klimt, 1907